“Perdoei meus agressores”
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Há
pessoas que venceram problemas tão terríveis que nem conseguimos nos
imaginar em seu lugar. Suas histórias de superação inspiram e fortalecem
a muitos em seus desafios. A história de vida de Tery Gobanga é um
desses incríveis relatos. No início dos anos 2000, ela estava prestes a
se casar com Harry Olwande e morava em Nairóbi, capital do Quênia, na
África, onde atuava como missionária. Na madrugada do dia do casamento,
ela acompanhou uma amiga, que levaria as roupas do noivo, até um ponto
de ônibus. No caminho de volta, ela foi abordada por um homem que a
jogou no banco de trás de um veículo, onde haviam outros dois homens.
Lá, ela foi vítima de um estupro coletivo, além de sofrer outras
agressões, como um soco e uma facada no estômago. Acabou sendo jogada
para fora do carro, ainda em movimento. Estava a quilômetros de casa,
praticamente morta.
Foi
socorrida e levada às pressas para um hospital. “Quando eu não apareci
na igreja no horário marcado, meus pais entraram em pânico. As pessoas
saíram para me buscar. Boatos se espalharam. Alguns se perguntaram:
‘Será que ela mudou de ideia’”, contou à reportagem da BBC. Quando a
família foi avisada, correram para o hospital onde Tery ainda receberia
uma terrível notícia: o ferimento atingiu seu útero e ela não poderia
ter filhos.
Nos
meses seguintes, ela ainda enfrentaria vários exames para verificar se
havia contraído HIV, visitas à delegacia e a pressão da imprensa, que a
sufocava. Apesar disso, algo bom começava a surgir em seu caminho.
“Alguém leu minha história e pediu para se encontrar comigo. Seu nome
era Vip Ogolla, e ela havia sobrevivido a um estupro. Conversamos e fui
informada de que ela e seus amigos queriam me dar uma festa de casamento
de graça”, disse.

Sete meses depois do crime, em julho de 2005, ela subia ao altar (foto acima).
Mas não esperava que apenas um mês depois sofreria mais um baque da
vida. Numa noite fria, o casal acendeu um aquecedor à carvão e, algum
tempo depois, começaram a passar mal. Seu marido já havia desmaiado
quando ela conseguiu chamar por socorro. Ela também desmaiou e só
acordou no hospital onde recebeu a notícia: seu marido havia morrido por
envenenamento por monóxidos de carbono. “As pessoas pensavam que eu
estava amaldiçoada e impediam seus filhos de se aproximar de mim. ‘Há um
mau presságio sobre ela’, diziam. Em determinado momento, cheguei a
acreditar nisso”. Sua fé se abalou, sentia-se traída por Deus e por
todos ao redor. Decidiu que não se casaria de novo, pois temia passar
por mais uma perda.
O
tempo foi passando e aos poucos ela se reergueu. Entendeu que ficar
para baixo não traria a solução. “Lembrei que o dia tem 24 horas: ficar
trancada em casa com as cortinas fechadas é um desperdício de tempo.
Antes de você perceber, passaram-se semanas, meses e anos”, refletiu.
Ela acabou fazendo amizade com Tonny Gobanga, que a visitava
constantemente. Eles se aproximaram, iniciaram um relacionamento e ele
acabou pedindo-a em casamento. Ainda com medo, ela contou tudo que havia
passado e que não poderia ter filhos. Para sua surpresa, nada disso fez
com que ele desistisse do pedido. “'Crianças são um presente de Deus. E
se nós os tivermos, amém. Caso contrário, vou ter mais tempo para te
amar”, ele respondeu.
Após
essa declaração, ela decidiu dar mais uma chance ao amor e disse ‘sim’.
Eles ainda enfrentaram o preconceito dos pais do noivo que ainda
acreditavam que ela era amaldiçoada. Três anos depois do primeiro
casamento, novamente Terry subia ao altar. Apesar do medo, ela tomava a
atitude certa. Um ano depois ela receberia a notícia que mostraria o
milagre: estava grávida. “Tudo correu bem e nós tivemos uma menina, que
chamamos de Tehille. Quatro anos depois, tivemos outra, Towdah. Hoje, eu
e meu sogro temos um ótimo relacionamento”, afirma.

Seguindo em frente
Agora,
Tery comemora os resultados de sua perseverança: construiu uma família e
todo o sofrimento gerou aprendizados importantíssimos para ela e outras
pessoas, já que também montou uma ONG que ajuda sobreviventes de
estupro. “Perdoei meus agressores. Não foi fácil, mas percebi que não
valia a pena, minha fé me estimula a perdoar e não pagar o mal com o
mal, mas com o bem. Você tem de continuar em frente", ensina.
Apesar
de ter vivido momentos tenebrosos, ela não permitiu que o passado e as
experiências ruins determinassem seu futuro. Esta é a única reação que
traz a solução para os problemas: colocar a fé em prática, pensando:
‘Não tem problema, eu não vou deixar isso assim. Vou à luta, não vou
parar, vou começar agora a buscar maneiras para mudar isso’. “Bata de
frente com o problema, você não pode desistir de seus objetivos, nem
ficar sendo sentimental a cada dificuldade. Confiar em Deus é acreditar
que Ele vai à sua frente. Mas para isso você precisa seguir a diante”,
diz a escritora Cristiane Cardoso em seu blog. O perdão, com certeza, também foi fundamental para que ela conseguisse confiar em Deus e vencer as dificuldades.
“... assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” Colossenses 3:13
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tem se apegado ao que já passou e não consegue ir em frente? Compareça
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